quarta-feira, maio 31, 2006
um ou dois pensamentos sobre o quanto a vida é fora de ciclo

eu poderia falar o dia inteiro sobre todas as coisas pequenas e fora de lugar.poderia falar aqui e hoje sobre dois ou 3 livros que emprestei e procuro há muito tempo receber.
poderia falar também sobre todos os filmes que assisti e sobre alguns que espero assistir também.falaria sobre o significado das cores e dos olhares e das formas geométricas que existem nas ruas e no asfalto da cidade que dorme.
existem nexos e anexos entre vidas e entre espaços como nunca poderia de ser.
nesse ponto de nossa exploração semântica,vale ressaltar onde as palavras viram sensações e o simples propagar sônico destrói completamente o controle.

quieto...

deixaremos a palavra quieto para momentos no escuro e respiração irregular

quieto suspende a batida repetitiva do pulso enquanto pulsa a vontade de algo mais que um simples encontro físico.

quiçá neste momento,exista uma conjunção de almas.

vários chacras em paralelo desconstruindo e orbitando os seres que se procuram

o suor elétrico e os suspiros de descontrole fluem livres.

quieto.quieto.

não se consegue controlar a energia liberada da fusão/fissão desse encontro de almas onde o tempo não é mais vetor de separação.

quieto.

quieta.

enquanto você ofega e suspira o hálito do morango plantado dentro do núcleo,deslizamos direto para uma nova dimensão.estamos longe e voando a velocidade inalcançavel.

aqui podemos deslizar para fora do tempo e do espaço enquanto entramos e saímos um do outro.

aqui,existiam gigantes,mas eles se foram instantes atrás,envergonhados de testemunhar o nosso faminto desespero em saciar nossas vontades um no outro.

quieta

eu quieto

até o momento de se separar com o pequeno atomo rasgando a entranha do teu eu espiritual num orgasmo de tantra puro feito de mandalas hidrogênicas e hélios heliantos do tamanho de mil sóis levando ao abismo orgásmico onde mergulhamos uma última vez antes de nos separarmos separados mas completos por um instante.

quieto.

(leia escutando "Bulletproof (I wish I was)" - Radiohead )
 
posted by -=|K¡ðÐ|=- at 11:32 AM | 0 comments
sexta-feira, maio 19, 2006
Ele era Deus e guardava o Universo numa caixinha de cedro na terceira gaveta na cômoda de seu quarto.Tudo ali cheirava a naftalina e a coisas guardadas e mortas.De vez em quando descia as escadas arrastando chinelos e contava as rachaduras das paredes.

Haviam muitas rachaduras.

De vez em quando Ele trancava a casa e descia até o bar da esquina.Entre os outros embriagados questionava o que já havia sido dito sobre Ele.

Não havia graça em rolar dados quando se sabe o resultado da jogada.

Não se pode ser feliz quando todos pensam que você está morto.
 
posted by -=|K¡ðÐ|=- at 5:52 PM | 0 comments
quarta-feira, maio 17, 2006
As flores.
Pra que servem?

Se eu decepar meu pênis e te oferecer num buquê de sangue e plástico você vai colocá-lo na água?
 
posted by -=|K¡ðÐ|=- at 3:30 PM | 0 comments
Cogito muitas coisas diferentes no espaço de um dia inteiro.Penso entender verdades muito profundas e mentiras essenciais.Todas as conexões vitais dos pequenos seres de carbono circulando por entre o asfalto quente do inferno chapante do corisco.Pequenos seres,pequenas vidas.Qual a semelhança destas formigas de sangue quente com os insetos que transitam no chão?

Penso que um dia olharei pro céu e verei a sombra de uma Havaiana tamanho 38.000.000.000,00 obscurecendo o Sol.
 
posted by -=|K¡ðÐ|=- at 3:21 PM | 0 comments