Cego.
Não existem mais cores para aliviar a consciência calada e profunda de que algo está perdido. A palavra tenta ganhar forma enquanto dedos ágeis correm o teclado. Continuo cego e quero um nome novo para as formas fabricadas pela imaginação do escuro.
Novas formas de alucinação seriam os nomes dados pelos que tem luz e sabem usar as cores para compor o viço da jornada de enxergar rotineira. Mas, eu, cego, não sei o que é forma nem sei o que é cor. Nem sei o que é rotineiro mas se você me comprar um dicionário em braille talvez eu faça menção de tentar descobrir.
Chame o nome e eu lhe darei uma mostra de negro. Doce e venenosa cegueira que irá nos envolver. Um a um, perderemos os laços com a visão ilusória filha de Maya pura ilusão pura ilusão para os sãos de visão.
Foi a última vez que tua sombra mentiu para mim.